A sociedade, ao longo do tempo, sofreu diversas formas de organização social (sociedade agrícola, sociedade industrial, sociedade pós-industrial, etc).
No estágio atual, a sociedade está marcada por uma nova organização na qual a informação – aliada à inovação tecnológica – são elementos nucleares para o desenvolvimento da economia.
Esta nova forma de organização social criou mecanismos capazes de processar e transmitir informações em uma quantidade e velocidade jamais imagináveis. Os relacionamentos sociais foram energizados por um fluxo informacional que não encontra mais obstáculos físicos e distanciais.
Ainda que essa nova forma de organização social não se resuma apenas ao ambiente virtual, a computação eletrônica e a internet são ferramentas de destaque nesse processo. Com a inteligência gerada pela ciência mercadológica, especialmente quanto à segmentação dos bens de consumo (marketing e publicidade) os dados pessoais dos cidadãos converteram-se em fator vital para a engrenagem da economia da informação.
Com a possibilidade de organização de tais dados de maneira mais escalável (Big Data) criou-se um mercado cuja base de sustentação é a extração de tais dados e sua comodificação (fenômeno contemporâneo em que muitos bens, serviços, ideias e também pessoas – outrora considerados não comerciais – passam a ser transformados em mercadorias vendáveis). A atual sistemática de organização social tende a posicionar o cidadão como mero espectador de suas informações, além de alvo de publicidade direcionada, segmentada e comportamental.
Diante da aceleração dessa nova estrutura de mercado a Lei de Proteção de Dados veio estabelecer limites ao tratamento desenfreado de dados pessoais através da compreensão de que tais dados pertencem aos titulares (pessoas naturais, cidadãos) sendo uma extensão de sua personalidade, de modo que a eles cabe a autodeterminação informativa, que é o direito de cada indivíduo de controlar, proteger e decidir com quem quer compartilhar os seus próprios dados pessoais.
